quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sopas e descanso



Foram mais quase 15 dias de sopas e descanso! Das sopas falaremos mais à frente, do descanso também.
Quando isto começou a aquecer, até temperaturas que ultrapassaram os 39.5° foi tempo de partir com uma certa urgência. Os primeiros dias foram complicados e senti-me como tendo sido atacado por uma máquina de costura em pleno funcionamento com picadelas sucessivas a um ritmo alucinante.
Finalmente descobriu-se o bicho, daqueles que todos nós temos cá dentro, mas que em alguns casos decide proliferar anormalmente. Uma vez descoberto o agente foi-lhe atribuído o bombardeamento antibiótico correspondente e a temperatura acalmou.
Mas mais do que resolver pontualmente um problema, os generais estavam preocupados com a sua origem. Daí a razão de todas aquelas picadelas de que vos falei acima e de todo um conjunto de análises e exames que perscrutaram as minhas entranhas.
Após esta panóplia de despistagens foi colocada como hipótese mais provável alguma afectação da prótese biliar. No dia seguinte fui transferido. Foi uma das viagens mais atribuladas da minha vida. Era já o fim do dia e o condutor já devia estar farto de atrasos. Quando a luz verde aparecia e o caminho estava livre arrancava desarvoradamente por cima de toda a pedra. Mesmo constantes solicitações de calma por parte do acompanhante não surtiram qualquer efeito. O ar meio alucinado, o cabelo “rasta” e o olhar parado são indícios fortes de que ..digamos ...estava com o pé pesado e com a cabeça leve!
Enfim ... o tubo foi alargado, foi limpo e até uma parte acrescentada para facilitar a saída da bílis. Felizmente correu tudo bem!

Prometi-vos que falava um pouco de comida e aqui vai. A França é mundialmente conhecida como o país dos requintes gastronómicos. O que vos posso garantir é que nenhum desses requintes veio parar aos castelos onde passei a última quinzena. Curiosamente a maior parte dos pratos tem um gostinho internacional: carne à bolonhesa, pepinos com molho húngaro, paelha à espanhola (a pior paelha que já alguma vez fui obrigado a comer). Em suma um rol de iguarias que, em tempos de globalização, até não parecerá má ideia. Creio, no entanto, perceber alguma mensagem subliminar de degradação da cozinha internacional em favor da francesa! Não era preciso tanto!
Uma última nota sobre o descanso. Já várias vezes tive oportunidade de escrevinhar sobre este assunto ao longo deste blog, mas não posso deixar de vos contar uma pequena história.
Desta vez tive a sorte de ficar num quarto sozinho, podendo beneficiar de um certo silêncio e de uma grande vidraça onde o sol tocava todas as manhãs. 3 a 4 vezes por dia, de um quarto relativamente perto ouvia-se o urrar estranho, ininteligível de um dos nossos vizinhos. Era um som que cortava o silêncio de forma a deixar os cabelos em pé. De início conjecturámos, eu e uma vizinha portuguesa do quarto do lado, que seria alguém a reclamar do tratamento, um alcoólico em último grau a demandar o seu copo, ou algo do género.
Afinal tratava-se apenas de uma pessoa com deficiência que não gostava do vizinho de quarto.
Depois de 3 dias o seu vizinho foi para outro quarto e finalmente há silêncio. Agora está sozinho num quarto de 2. É que nunca se sabe quando ele se vai fartar de estar sozinho!

domingo, 7 de setembro de 2008

Portas e cerveja

O ataque aos maus fígados começou! Uma visita de 3 dias para absorver a boa química e para avaliar os efeitos colaterais das últimas batalhas.
Foi a primeira vez em que fiquei num quarto com 3 portas! A porta de entrada, a porta do WC e o meu companheiro que era surdo como uma porta. À sua chegada já me encontrava no quarto na companhia da minha querida Cláudia. Sem nos dirigir o mais pequeno dos esgares dirige-se titubeante para o leito respectivo. Sem uma palavra... De início foi surpreendente pois é habito por estas paragens a chegada de alguém ser acompanhada por um educado “bonjour” mesmo quando alguém entra no elevador ... quanto mais quando se entra no quarto que se vai partilhar nos próximos dias. No entanto não foi necessária uma grande espera para esclarecer as razões de tal comportamento. O primeiro diálogo (se assim se pode chamar) com a funcionária que lhe veio dar as boas vindas, foi muito interessante: Alors Mr. B. comment ça va aujourd’hui? E a resposta: Si je suis venu à minuit? Non ! Je viens d’arriver.
Esta estada foi aproveitada, para além de absorver lenta e seguramente a droga que vai dar cabo dos caranguejos, para contrabalançar alguns dos efeitos indesejáveis das últimas pelejas. Um deles prende-se com uma respeitável, mas desconfortável barriguinha que agora evidencio. Ela resulta da acumulação de líquidos dentro do ventre e impunha-se o seu esvaziamento. Foi isso mesmo que aconteceu e, após uma picadela em lugar estratégico na zona abdominal, comecei o longo processo de esvaziamento. No final resultaram uns 3 litros e meio de um líquido de cor dourada. Em conversa com o general, mais tarde, tive que confessar que em tempos de juventude cometi alguns excessos: Umas cervejitas a mais, sem nunca perder o norte. Lembro-me por exemplo de algumas visitas aos bares típicos de Antuérpia (acompanhando equipas de Corfebol) com cartas de 350 marcas diferentes de cerveja que estimulava um comportamento menos comedido. Agora foi o tempo de pagar por esses excessos. Por outro lado, em pouco menos de 4 horas de uma quase imobilização e de esvaziamento lento, no final resultou menos barriga, menos pressão interna e muito mais conforto. Só não aconselho porque a maior parte das bariguinhas que andam por aí já metabolizaram a cervejita toda em gordura e isso não se reduz assim tão simplesmente.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Férias e fígados



Foi a primeira vez que passei um mês de férias inteirinho em Paris. Foi uma sensação estranha! Férias, no meu dicionário, significa praia, mar, areia escaldante, brisa fresca e húmida, vento quente, mergulhos em águas cálidas e, sobretudo, uma boa dose de nada!
Desta vez, Paris, trouxe-me a chuva intensa, o frio arrepiante oscilando com o calor de estufa, o vento frio, nuvens carregadas e por vezes o sol espreitando timidamente por entre os farrapos de algodão.
Enfim, estes tempos têm que ser dedicados a outras causas em que o tempo que faz é indiferente, ... e é nisso que me concentro agora.
Os últimos tempos têm sido de alguma ansiedade à espera dos resultados do TAC que fazia o balanço dos últimos desenvolvimentos. Apesar de as notícias não serem as melhores, há sempre uma boa notícia por trás das más. Os caranguejos do pâncreas parecem ter parado de crescer, o que é uma boa notícia, no entanto, o fígado tem sido invadido por uma corja destas infames criaturas.
Já me tinham dito que, de vez em quando, mostrava maus fígados, ... mas não queria acreditar. Agora parece evidente que devem ter razão! Os indicadores fisiológicos já faziam crer dessa evidência, mas poderia ser por variadas razões. Agora sabe-se mesmo que os caranguejos decidiram migrar em força para terras “figadais”.
As boas notícias, que se escondem por trás das más, é que felizmente existem alternativas e aqui em Paris não existem limitações quanto ao uso de moléculas, entretanto descobertas, por mais recentes que sejam, para o combate aos caranguejos.
É já amanhã que vou entrar num novo patamar de cura, utilizando outras drogas que, espero, desempenhem a missão com mais afinco. De 15 em 15 dias tenho 3 dias de permanência no castelo para lenta e profusamente absorver a química necessária à erradicação destes bichos horrendos.
Vai ser desta! Vou conseguir! Vamos conseguir!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Volta à França

Mais uma segunda-feira e mais uma sessão da guerra química contra os bicharocos. Desta vez uma espera interminável desde as 2 da tarde até às 9 da noite para estar tudo terminado, mas felizmente as condições permitiram mais este ataque. Desde a saída do castelo, após a visita de urgência, a temperatura esteve controlada, o que mostra que as bactérias estão a perder na batalha contra os antibióticos. Ao mesmo tempo o peso tem aumentado consistentemente nos últimos tempos e já vi a agulha da balança ultrapassar pela primeira vez, de há muito tempo, os 68 quilos. Por outro lado comecei um pequeno programa de exercício, na semana passada, para permitir o aumento da massa muscular ao mesmo tempo que o peso evolui positivamente. Para já estou a reagir bem ao incremento ligeiro da carga a que me tenho submetido.
À parte das enzimas do fígado que teimam em não baixar, a única coisa que não corre muito bem é a hemoglobina que reduziu a níveis abaixo do normal. A equipa de generais e outros menos graduados estudam agora a forma de resolver esta demanda. Uma das estratégias que foi avançada implica a administração de um produto chamado EPO. Sim! O EPO que os ciclistas tanto gostam, que mesmo apesar dos controlos apertados de doping teimam em abraçar com ambos os braços, pernas ou onde quer que seja possível levar uma injecção.
Se assim for pelo menos uma coisa é certa: Está fora de causa a minha participação na Volta à França do próximo ano... e logo agora que tinha começado o meu programa de exercício!


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Torre Eiffel



Na semana que passou fui chamado de urgência ao Castelo. Uma súbita subida de temperatura tinha certamente que ser investigada ali passei quase uma semana.
Após a passagem pelas caves das urgências tive o privilégio de passar os dias seguintes num quarto com uma vista soberba para a Torre Eiffel. Esta passagem despoletou e mim um conjunto de sentires que fui escrevinhando enquanto por lá deambulava ou registando no meu gravador digital para posterior registo.
1. Ao acordar, seja de noite ou de dia, fazia questão de explorar esse meu privilégio e aproveitava para dar uma olhada. As paisagens da Torre mudam a cada momento e sempre que olhava via coisas diferentes:
2. Via um dedo apontado aos céus a evocar forças poderosas quaisquer que elas sejam, de onde quer que elas venham, para onde quer que elas vão. Elas são forças e eu tento entrar em sintonia com todas elas
3. De noite a torre transfigura-se e por vezes luzes de pirilampo pululam por toda ela encimada por um farol rotativo que a cada 30 segundos nos recorda que estamos na cidade das luzes.
4. As luzes de flash das câmaras dos turistas que ganham coragem para subir ao topo e que pelo caminho perdem uns bons euros, lembram o desperdício. Nunca aquela luz será capaz de chegar à película ou sensor digital de qualquer câmara, por mais sofisticada que seja. Lembram o desperdício e a preguiça que nos impede de ler as instruções que permitem desligar simplesmente o flash.
5. Várias vezes, enquanto admirava a torre, pensava na precariedade da estrutura que quase chega aos 120 anos. Vinha-ma à cabeça o sorriso dos sucateiros de Paris imaginando o dia em que tenham que por fim a esta estrutura fantástica.
6. Mas de vez em quando lembrava-me onde realmente estava e o seu formato em agulha evoca a inúmera quantidade de vezes em que as minhas veias foram picadas na busca do agente secreto que se infiltrou no meu terreiro. Finalmente, foi descoberto e o tratamento surtiu efeito. Para se chegar a este resultado o general das urgências convocou uma reunião de urgência (até porque são o único tipo de reuniões que conhece) com os generais responsáveis pelo batalhão anti-infeccioso. Tive o privilégio de ver chegar os 3 generais e de os ouvir solicitar a presença do general das urgências. Um meeting de 30 minutos fez mudar a estratégia. Mudaram as drogas e a estratégia surtiu efeito. Até agora não mais senti os calores típicos das invasões,
7. A altura da torre evoca-me as altas temperaturas típicas de tais ataques. Vários surtos acima de 39 fazia notar que o interior tinha sido invadido. No entanto os invasores escondem-se bem! Presumo que tenha sido um batalhão de agentes secretos a iniciar as hostilidades daí a dificuldade inicial em dar com eles.
8. A postura fálica lembra o epíteto da cidade do amor. Quem visita e se distrai com a vista dos monumentos, não se apercebe muitas vezes da agressividade latente que surge no trânsito de todos os dias de veículos e pessoas, nas estradas ou nos corredores do metro. As pessoas não são geralmente muito amorosas em Paris. Elas cruzam-se a velocidades incríveis, cortam o caminho num impulso, não deixando espaço para respirar sequer.Que me perdoem os mais sensíveis, eles devem aliás saltar este parágrafo, fechando os olhos a qualquer palavra menos própria.O frenesim de Paris, a cidade do amor, lembra-me também aquelas palavras “proibidas”, como aquelas começadas por “f”. Paris não tem nada a ver com o Porto, talvez só mesmo a inicial e uma ponte que apesar de usar o nome de Maria foi de criação do arquitecto mais conhecido de Paris. Mas porquê evocar o Porto nesta altura? Nas primeiras 2 décadas da minha existência esta cidade foi o meu porto de abrigo e uma das suas características prende-se com a linguagem própria das pessoas do norte. De vez em quando esses “genes” vêm ao de cima e apetece-me (apetece-me muito!) mandar a porra dos caranguejos pró “c...... que os f...” (Eu avisei!) Vou deixar-vos preencher os espaços e imaginar a poderosa verborreia, o discurso elevado que me vem à cabeça em determinadas circunstâncias.
9. Olhando para a torre de cabeça para baixo o formato assemelha-se a um cone de gelados. A propósito, não posso deixar de partilhar uma história que ouvi do meu companheiro de quarto poucos minutos depois de ter chegado. O paciente que antes ocupara o meu lugar era um idoso respeitável de 92 anos. Um certo dia a altas horas da noite quando o bloco se acalma e quase ninguém pulula pelos corredores o nosso amigo idoso levanta-se e evolui pesarosamente no sentido da porta. Quando aí se encontra o meu companheiro actual de quarto questiona-o se é o WC que ele procura, mas a dureza de ouvido não o permite integrar essas palavras. Na manhã seguinte contam o que se passara: O nosso amigo estava mesmo procurando o WC e na ânsia de urinar entrou por uma porta entreaberta, abriu uma outra e aliviou-se. A última porta que abriu foi a do frigorífico.Se querem um conselho ...se vierem a Paris e, por acaso, estiver calor e vos apetecer um gelado ...não peçam sabor de limão! ..Nunca se sabe ...


terça-feira, 22 de julho de 2008

O Castelo das Curas

Ontem foi mais um dia de ataque químico aos caranguejos. Desde a minha chegada por volta das 15 horas até por volta das 18 os generais procuraram a resposta a um pequeno achaque febril nos 2 dias anteriores. Felizmente não era nada de grave e a batalha foi em frente.
Desta vez cometi um erro terrível. Esqueci-me de levar um dos meus livros para me transportar para fora de ambientes menos agradáveis se existissem.
Quando chego o meu companheiro de quarto está adormecido profundamente. Nem a nossa entrada cuidada afastou a trompa dos seus lábios. Que hábito estranho este de dormir e tocar música ao mesmo tempo.
Passado um bom bocado, que aproveitei para sistematizar as coisas positivas e negativas da semana anterior, o Urai acordou. Fiquei a saber que aos 10 anos veio da Argélia e que era agora cidadão francês de pleno direito, pois fez questão de dizer umas 10 vezes, sem exagero, que não tinha votado no Sarkozy mas sim na Ségolène Royal. Daí tudo bem mas a sua conversa, de vez em quando, enviesava para a doença! Eu e a minha doença, tu e a tua doença, ele a sua doença...enfim a conjugação toda completa.
Quando isso acontecia eu desapertava a garganta e dava o mote para um outro assunto: e lá na Argélia ... aquilo é muito bonito, não é?
Siiiim! Claro! E tinha uns minutos de descanso da conjugação do verbo das doenças. Mas lá no meio passado um pouquinho havia uma palavra qualquer que despoletava o discurso virado para as doenças e lá se repetia o ciclo.
Sem um livrito para disfarçar que estava a ler e não queria ouvir aquela conversa, tentei desesperadamente o truque do adormecimento...mas sem resultado!
Foram umas horitas difíceis mas lá se passaram ... é que o local onde estive ontem não é o castelo das doenças mas sim o castelo das curas. É essa a minha demanda. São esses os discursos que as pessoas com doenças tem que ouvir! ...devem ouvir!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

14 de Julho


A data de 14 de Julho pouco diz à maioria dos portugueses mas quando se está em França é difícil não dar por ela! Primeiro que tudo é feriado e a maioria dos franceses está em todo o lado menos perto de casa. Paris está cheio de gente mas a maioria é de outras regiões, familiares de militares que desfilam na parada ou então turistas de países mais ou menos distantes.
Quando a noite cai levanta-se o fogo de artifício! É um espectáculo sublime para quem tem a sorte de conseguir um lugar no centro do Champ de Mars. Para os outros resta espreitar por entre as árvores e imaginar o resto. Foi o meu caso, pois cheguei mesmo em cima da contagem decrescente que deu início ao espectáculo. No entanto por entre cabeças e folhagem os estrondos reluzentes deram luz à cidade das luzes.
Foguetes que para mim têm o sabor de comemoração na luta contra os caranguejos. A ecografia que tive que fazer para controlar a posição da prótese biliar descobriu que os bichos continuam a mirrar. O pâncreas e o fígado estão menos dilatados e estou a ganhar peso quase por sistema.
O próximo combate está marcado para 2ª feira. Esta 6ª feira deram-me folga. Não sei se alguém deu por ela ou se foi por acaso, pois é dia de outro tipo de comemoração, daquelas que só acontecem uma vez por ano. Mas apesar de não haver química haverá certamente física, psíquica ou outra via qualquer de ataque aos caranguejos.


domingo, 6 de julho de 2008

Uma nova frente de batalha.

Bem cedinho, o metro encaminha-me até às instalações do castelo. Mais uma 6ª feira e portanto mais um dia de caça aos caranguejos está no horizonte.

No entanto, antes que a batalha química costumeira tenha o seu início, os senhores do castelo decidem-se por uma nova estratégia de ataque. Sou posto convenientemente a dormir e durante um tempo que não consigo precisar o general observa o meu interior a partir da boca. O tubo endoscópico guarda no seu interior uma preciosa surpresa: Um elástico! Ele é cuidadosamente colocado no esófago e além de naturalmente servir o propósito de evitar o rebentamento de varizes que teimosamente aí se alojaram, abre uma nova frente na batalha contra os caranguejos. Acho que não era esse o objectivo inicial, mas nestas condições os caranguejos estão agora sob a mira de uma fisga poderosa. Apesar de nos primeiros dias estar limitado a líquidos e alimentos leves, logo logo a situação vai-se alterar e aí é o tempo de utilizar mais esta arma na luta contra estes bichos de vil carácter. Felizmente que agora o apetite voltou, mas em vez de engolir vorazmente como é meu timbre, agora o bolo alimentar vai ser de quando em quando fisgado directamente aos caranguejos.

Não sei bem porquê ...mas deu-me agora mesmo um enorme desejo de “Sopa de pedra”.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mais uma batalha, esta ao som d' "O Senhor Calvino"

Mais uma 6ª feira chegou e com o raiar do dia a perspectiva de mais uma batalha. Desta vez o nível de plaquetas estava nos conformes, ao contrário da última 6º em que os valores rondavam os 85 000, quando o normal toca os 150 000. Após as provas de agregação, as viagens, a excitação de rever os amigos e a minha querida amada ... tudo isto foi demais para as minhas plaquetas e claro que a dose anterior de guerra química teve o seu papel principal nesta história. Na 4ª feira anterior as análises indicavam o valor de 180 000, já acima dos valores mínimos normais e estava confiante de que estava preparado para mais uma batalha. E assim foi! Após a conversa habitual de despitagem de problemas na semana anterior, sentei-me no sofá e foquei-me no direccionamento de cada gota daquele líquido transparente mas potente para queimar os caranguejos que me assolam.
Em cada sessão levo qualquer coisa para ler, para ajudar a passar o tempo, e desta vez aproveitei uma generosa oferta do Gonçalo Tavares e desfolhei “O Senhor Calvino”. Foi uma agradável surpresa. A cada página, a cada nova pequena história soava uma gargalhada o que surpreendia os meus companheiros de quarto. Como é possível estar a levar em cima com cargas químicas e ainda por cima rir-se desalmadamente! Pena foi que o livro acabou num abrir e fechar de olhos, mas sendo assim aproveitei para o ler duas vezes e mesmo à segunda foram rasgados de novo inevitáveis sorrisos.
Quando a leitura acabou fixei-me no que me rodeava e observei um dos meus companheiros a realizar um Electrocardiograma. À primeira olhada para o seu peito previ logo problemas. Pelos, pelos e mais pelos. Se mais não fosse pelo menos o retirar dos eléctrodos seria certamente doloroso! Após a primeira tentativa, alguma coisa estava errada. Os resultados da derivação V2 estavam cheios de ruído. A enfermeira estagiária fica preocupada, mas a primeira hipótese que formula tem a ver com os pelos e faz pressão nos eléctrodos. Tentativa e mais tentativa e chega o enfermeiro chefe que tenta a mesma abordagem mas sem grandes resultados. O companheiro começa a ficar preocupado e pergunta: Há alguma coisa de errado com o meu coração? No entanto os enfermeiros estão demasiado preocupados com o material e não o ouvem. Continuam formulando teorias sobre o que estava a passar: Há aqui parasitas no V2. Nova pergunta sobre o coração que não obtem resposta e o homem muda da cor rosada para algo mais esbranquiçado sem que os enfermeiros se apercebam. Foi nessa altura que intervi. – Não! Não se passa nada de errado com o seu coração! O problema tem a ver com os pelos, mas vai certamente agravar-se quando acabar o exame, quando tiver que tirar os eléctrodos. Ele descontrai-se, enquanto os enfermeiros continuam a falar de ruídos parasitas. Aí não resisti e tive que lhe dizer que afinal o problema era de parasitas nos pelos o que o fez dar uma gargalhada. Foi nessa altura que os enfermeiros acordaram e lá tranquilizaram o paciente que o problema era de contacto e que se calhar tinham que cortar os pelos para fazer o contacto adequado. Finalmente conseguem, pressionando um pouco mais, mas o pior estava para vir! O pior claro está para o meu companheiro que confessou nunca, até aquela altura,tinha feito depilação dos pelos do peito!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Completamente agregado

© Cláudia Godinho


Foi uma experiência fantástica!
Voltar a sentir o toque gentil da minha Cláudia, sentir a vibração da sua voz no meu ouvido, sentir os aromas da sua passagem bem perto de mim ... que bom que foi!
Mais que o calor do sol, foi o calor humano o que mais que aqueceu o coração. Tudo começou no aeroporto, acabado de chegar tive a a feliz surpresa da Sofia e depois do Luís, que se cruzaram comigo a caminho do States. Depois foi um desfilar de gente simpática e amiga, que não quiseram deixar de mostrar a sua força solidária, nesta luta contra os caranguejos.
O tempo foi muito curto, muito mais curto que a pura contabilização cronológica. O tempo passou a voar. De repente e já estava no avião de regresso a Paris.
As provas de agregação correram melhor do que estava à espera. Consegui descontroir passados alguns minutos de começar, e acho que consegui disfarçar o cansaço a maior parte do tempo. Foi bom ver gente de todos os quadrantes na assistência, pena só não ter tido tempo para falar com todos eles. Foi bom voltar ao Salão Nobre, onde dei a minha primeira aula teórica, ainda de fraldas, e agora com fraldas um pouco mais compridas a que chamam de toga.
A minha disposição geral alterou-se, o apetite voltou após a colocação com êxito da prótese das vias biliares. A ida ao castelo foi coroada de sucesso e voltei mesmo um dia mais cedo do que estava previsto. Em vez de uma anilha tenho agora um tubo metálico desde a vesícula até ao duodeno e a mensagem que estava inscrita - “Sai bílis, sai” - não podia ser mais apropriada, porque logo que colocada foi “um ver se te avias”!
A cor amarelada perdurou por mais uns tempos, mas agora já praticamente desapareceu e o funcionamento do intestino melhorou substancialmente.
Mas o que mais me animou nos últimos tempos foi a constatação de que o caranguejo que se alojou no meu pâncreas está a sentir os efeitos da guerra química e reduziu de 50 para 39 mm. A ecografia que confirmou o estreitamento das vias biliares permitiu observar este efeito após apenas 3 batalhas da guerra química em que estamos envolvidos.
Sinto-me completamente agregado! Não tanto pelo título mas principalmente agregado de amizade dos amigos e pelos amigos, agregado de solidariedade nesta luta sem quartel contra os caranguejos, agregado de amor e carinho. Sem dúvida que esta confluência de agregações que me dá o alento para as novas lutas que se avizinham para destroçar este bicho infame. Se não fosse por mim, teria a obrigação de lutar por aqueles que sem interesse particular, apenas por amizade e amor, se mobilizaram das mais variadas formas nesta luta contra os caranguejos.

terça-feira, 10 de junho de 2008

A vingança dos patos


Tenho que confessar! Num destes fins de semana passados enquanto deambulávamos por terras de Champagne demos com um restaurante, perfeitamente ao acaso, completamente dissimulado entre as videiras, uma quinta totalmente dedicada à degustação de tudo e qualquer coisa à base de pato. Éramos 4 e havia 4 pratos diferentes numa das ofertas gastronómicas disponíveis. Escolhemos cada um a sua e, além de petiscar cada um dos pratos alheios, a mim calhou-me especialmente um delicioso fígado de pato envolto em aromas campestres, de que não conheço as denominações. Uma carne amarelada, que se desfazia a cada dentada, exalando os subtis sabores do campo. E surpresa das surpresas, em tempos de pouco apetite, o fígado foi todo, assim como todos os acompanhamentos. Para falar verdade a minha escolha recaiu sobre o único prato que não era regado com bebidas alcoólicas, com primazia natural para o champagne. Não é minha intenção deixar-vos as águas na boca, mas os relatos dos meus companheiros de viagem (a Carolina, o Sérgio e a Tia Ana ) foram de prazeria.
Penso agora se não teria sido por isso que o meu próprio fígado se tornou amarelado, como uma vingança à distância dos patos então saboreados. Espero que não ... que não conheço nos patos espírito vingativo ... mas enfim nunca se sabe.

Para atacar os maus fígados há que voltar ao castelo. Amanhã lá estarei de malas e bagagens para mais uns diazitos.
Os senhores do castelo souberam das minhas provas de agregação e da minha viagem a terras lusas para a defesa correspondente e assim apressaram tudo, de forma a que estivesse em forma, daqui a exactamente uma semana! Espantoso, não é?! Quais filas de espera, quais empurrões para os castelinhos privados ... não! Vamos adiantar uma semana, que é para ele poder fazer as provas mais descansado! É fabuloso!

Já que estamos em maré de aves vem-me à lembrança os métodos antigos de comunicação com pombos que transportavam anilhas. É o que vai acontecer comigo!
Mas claro que sabem que os métodos de guerra evoluíram desde a primeira guerra mundial. Agora as anilhas não são postas nas patas. São colocadas cá dentro do corpo de forma a ficarem bem dissimuladas, mais exactamente nos canais biliares (o que os serviços secretos inventam, não é?!) Sem dúvida que vai ficar bem escondido. Quem é que se lembraria de procurar, logo ali, nos canais biliares?
A mensagem que lhe está apensa diz com todas as letras: Sai bílis, sai! Se não perceberem, não faz mal! Isto está escrito em código.

Sempre tive um tom amarelado o que, associado aos meus olhos achinesados, fez com que frequentemente me perguntassem se não tinha origem oriental. A todos sempre respondia que sim, que era descendente de um bispo chinês. A maior parte das vezes ficavam na dúvida! Agora com a acentuação desta coloração talvez já acreditem. Mas espero que seja por pouco tempo. Os senhores do castelo estão a tratar disso e com o contributo das anilhas, espero chegar a Portugal tão rosado quanto cheio de energia para combater os caranguejos e qualquer outra luta que se avizinhe.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Hoje estou melhor que ontem! Amanhã vou estar melhor que hoje!

Esta foi a frase que escolhi para me fazer companhia nos últimos tempos. Ela não foi construída ao acaso. Escolhi algo que não fosse dito automaticamente mas que me obrigasse a pensar a cada frase evocada, pensada ou dita expressamente. Ela é o símbolo da minha atitude perante a doença.
Sei que não estou a lidar com caranguejos coxos, cegos de um olho ou distraídos e que é preciso um grande empenho para lutar contra eles. Mas como em qualquer luta de vida ou de morte, há que encontrar todas as armas possíveis e imaginárias para derrotar os inimigos.
Ao longo de toda a minha vida profissional lembro-me de ter apenas por uma vez faltado às aulas por doença. Dessa vez estava numa situação inversa à que me encontro agora: o meu intestino teimava em trabalhar a cada 15 minutos. De todas as outras vezes em que adoecia teimava em ir trabalhar. Nunca encarei a doença como um argumento para não realizar as tarefas a que me comprometi, ou que me dão prazer. Talvez por isso não era fácil aceitar a doença como algo incapacitante, o que me alterava sem dúvida o humor. Agora nesta luta, contra os nossos inimigos patudos e peludos, tento fazer exactamente o mesmo. Sei que o meu empenho e a minha capacidade de trabalho está diminuída, mas mesmo assim forço-me a não abandonar as tarefas principais em que estava envolvido antes da declaração oficial de guerra.
Em situações extremas, quer elas tenham a ver com estas guerras ou em competições desportivas, os processos de auto convencimento são determinantes do sucesso. Um dos trabalhos que frequentemente cito em cursos de graduação ou pós-graduação, refere a maior concretização no putt do golfe quando o atleta está convencido que vai concretizar. Vários estudos indicam coisas semelhantes em actividades desportivas muito diferentes.
No decorrer das minhas actividades de treinador de corfebol em que estive envolvido nas duas épocas anteriores a esta, uma das minhas preocupações fundamentais prendeu-se com a mobilização dos recursos psicológicos com vista ao sucesso. Solicitei aos atletas que encontrassem as frases chave capazes de mobilizar as suas energias com vista ao sucesso: “Vai correr bem”, “Vamos ganhar”, “Vamos dar a volta ao resultado” ou qualquer outra que se ajustasse à situação e ao atleta. Esta estratégia tem demonstrado resultados em várias situações de alta competição. Em qualquer situação há sempre possibilidade de encontrarmos aspectos positivos. Lembro-me de termos perdido 3 jogos seguidos nos Play-offs e eu ter começado a conversa com os jogadores com o que tínhamos ganho com estas derrotas e o que poderíamos ganhar a seguir. Lembro-me também de alguns comentários: “Só tu para encontrares coisas positivas após termos perdido 3 jogos determinantes!”




As nossas capacidades são maiores do que o que conhecemos delas, e a mobilização das nossas energias positivas internas tem-se demonstrado útil para ultrapassar situações limite como é o caso da alta competição.
Estou imerso numa alta competição contra os caranguejos e, além da química (que amanhã tem mais um episódio), uso todos os recursos do meu corpo e da minha mente para os derrotar.
Hoje estou melhor que ontem! Amanhã vou estar melhor que hoje!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Carta de amor

Hoje dou-vos a conhecer a origem de uma grande parte da minha força. A maior parte do tempo estes sentires são expressos em pequenos gestos, em monossílabas, ou no subtil respirar de uma vida lado a lado. Mas há momentos em que a inspiração transborda na beleza das palavras e que as palavras resultam numa carta de amor ... e se há algo que nos dá força é o amor.



Meu Amor,Meu Anjo de Luz. Como posso eu dizer-te o quanto te amo?...Como posso eu mostrar-te a beleza e impacto, do teu amor, no meu mundo?...Não posso! Sou tão pequena, uma anã ao pé deste colosso, deste gigantesco SENTIR! ........ As reticências são a única forma de expressão escrita que se aproxima, da quase fatal e infinita pausa que faço na respiração, quando me apercebo do inefável amor que sinto por ti! Contigo aprendi que fomos feitos para sentir e por isso é que se torna tão difícil colocar por palavras, o assombro que são, as diferentes paletes de cor, do sentir...a vida, quando plenamente vivida e sentida, tem mais imaginação que os sonhos! Não existem talvez, palavras escritas que consigam transmitir tão refinada emoção etérea...Não se toca, não se vê, mas está lá!...apenas se sente, no palpitar arrítmico do meu coração e pulsação, no brilho flamejante dos meus postigos. Brilho porque é o fogo do teu amor que mantém a minha tocha acesa, flamejante e cheia de fulgor! É o teu amor que torna possível para mim, ser um Sol de Dia e uma Lua à Noite. Tenho sede e vontade de vida porque tu existes, e tornas este mundo, um lugar mais belo. És a flor mais bonita do meu jardim! Amo o perfume, a essência que exala do teu íntimo, a centelha divina e arrebatadora que arde no teu espírito, pois faz-te único, belo sobre todos os ângulos, sobre todas as luzes!Acredito que desconheces o efeito que tens sobre mim...Tocas e despertas os mais profundos acordes da minha alma, do meu âmago, e por isso, para mim és divino! Tão divino, como a voz deste anjo cantante que te envio através de um link do YouTube... (Ver mensagem “Não estamos sozinhos") se, ao ouvires esta música, a tua alma sofrer uma forte comoção, ao ponto de os teus olhos ficarem rasos de água, conhecerás então, uma infinitésima parte do inefável amor que sinto por ti!...Mesmo assim, estarás ainda, muito longe de conhecer na totalidade, o tamanho do arrebatamento que tenho por ti, meu Anjo! Basta-me evocar na minha memória, o teu cheiro, a tua voz, os teus gestos, as tuas expressões, o modo como dormes ou andas ou os momentos que partilhámos. Dá-me vontade de continuar a correr, saber que ainda temos muito que partilhar e viver. Tatuaste perpetuamente a fogo, a minha alma, o meu coração, a minha memória...O teu amor é curativo e cheio de coragem (=coragem é uma palavra que deriva do francês coeur - coração - tu és pleno de coração, e por isso é que te amo tanto. Permitiste que o amor vencesse e fosse mais forte que todos os medos, possíveis e imaginários), fonte de mil anos de luz. Porque te amo e sou profundamente amada por ti, eu sou uma pessoa melhor, todos os dias!Nestas duas últimas 3 semanas, algo muito estranho acontecia sempre que pensava em ti e no quanto te amo! Fosse às 8 da manhã, às 12 da tarde ou às 2 da madrugada, e era abatida por uma profunda saudade tua, parecia que o meu anjo guia, soprava esta música só para mim, mensagem e lembrança directa do Divino, que agora sopro eu para ti, através do YouTube...
Cheguei à conclusão que de facto Deus é muito mais misterioso e muito mais sofisticado, do que eu e tu possamos imaginar!! LOL Ele também usa o YouTube!?!?...Chegou a acontecer eu ligar a rádio de propósito a pensar o quanto gostaria de ouvir esta música, e não vais acreditar, passado 2 segundos, o meu desejo era atendido, este Anjo (=cantor) aparecia! O mundo está povoado por todas as espécies de anjos, uns visíveis, outros invisíveis...alguns são feitos de carne e sangue e estão mesmo aqui ao lado, presentes e visíveis...somos todos anjos, uns mais perfeitos que outros, portadores de uma centelha divina que arde, ora mais ora menos apaixonadamente... viemos todos a este mundo, como estrangeiros, pois esta, não é a nossa verdadeira pátria, nem morada definitiva...a nossa missão: trabalhar o mundo para o tornar um jardim florido e perfumado, pleno de belas flores...às vezes esquecemos a nossa verdadeira essência, e somos uns autênticos demónios, ou se preferires, umas autênticas pragas de gafanhotos calamitosos, na vida uns dos outros. Oiço esta música, penso em ti, e o meu coração palpita, vivo! Enche-se de força, alegria, esperança e muito amor, pois sei no meu íntimo, que vamos atravessar estes mares turbulentos nunca antes cartografados, sem naufragar, que nos conduzirão a novos continentes, nunca antes descobertos por outros, pois tu e eu, navegamos e somos orientados pelas estrelas do céu, que já escreveram e traçaram, há muito tempo, uma nova etapa da nossa vida, com novas prioridades e discernimento, para uma vida, plena de amor em abundância...de facto, o que não nos derruba torna-nos mais fortes!...Já dizia Platão, que para conhecer o quente é preciso conhecer primeiro o frio. Este é o mundo dicotómico, da dualidade. Por vezes saboreia-se melhor o doce depois de se ter provado o amargo. A minha vida, antes de te conhecer, era uma amargura. Tu és o doce que surgiu como prémio! Tu és a prova viva, de que, depois da tempestade se segue a bonança e não existe chuva que dure para sempre! Mesmo antes de te conhecer, eu desejei-te, atravessei mares nebulosos sem nunca perder a esperança de que te encontraria. E encontrei! Mesmo sabendo, que pouco acreditas em Deus, és para mim, um enviado por Deus, que atendeu as minhas preces de desejo de conhecer o amor encarnado! ... Quando o amargo ficar para trás, e o doce chegar, será tão pleno de amor, que o desânimo, as lágrimas, a dor e a tristeza que temporariamente invadem o nosso coração, darão lugar a uma fonte de vida que jorrará para saciar a nossa sede voraz de vida e de amor. A dor será uma lembrança do passado e o futuro só alegria, por mais um desafio superado.Sempre que desanimares, ouve esta música, porque eu amo-te e estás sempre no meu pensamento, no meu coração. É este amor que sinto por ti, que me agarra pela mão, e me anima para amanhecer para a construção de um mundo melhor, contigo a meu lado (cá dentro, no meu coração, e lá fora, no mar da vida, umas vezes agitado outras tranquilo). Quero que navegues pela vida, que o meu corpo seja o teu barco e tu sejas o capitão ao leme do meu coração, num mar que se descobre, tranquilo e cristalino.Uma fracção da lírica desta música, que muito aprecio, diz:



"If darkness blinds youI...I will shine to guide you"



Eu acrescentaria:



"Just like you do for me, in my darkest hours! You are Sirius, forever my shining star!"



Bem sei que parece que foi ainda ontem, mas há já algum tempo atrás, no inicio do nosso enamoramento, afirmaste que, já dizia o poeta, todas as cartas de amor são ridículas. Aqui tens por escrito, um testemunho em primeira pessoa, de tão prodigiosa verdade...a verdade, conhece múltiplas faces, por isso digo-te outra verdade acerca do ridículo...Ridículo é nunca ter amado intensamente...sou por isso, imensamente rica e privilegiada! Tamanha proeza só foi possível porque tu és essa força da natureza encarnada em carne, sangue e espírito. Deixo-te a lírica desta música que, tal como tu, muito me inspira. Amo-te para além do que as palavras são capazes de materializar,Tua Baby para sempre.



Cláudia Castro Godinho

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Mais um dia passado no Castelo

O objectivo inicial foi colocar um dispositivo sob a pele para facilitar a guerra química. Quando cheguei ao castelo ouvir-se-iam os galos, se houvesse galos em Paris. A preparação foi cuidada com banhos assépticos, depilação, desinfecção e mais desinfecção. Uma vez terminada esta preparação foi-me dada uma nova vestimenta de cor azul e um corte que deixa um pouco a desejar, especialmente porque, na cidade das luzes, seria de esperar um design mais “a la mode”. Depois foi a espera ... a espera interminável até porque o companheiro que me calhou desta vez entrou mudo e saiu calado, mesmo depois de algumas vãs tentativas da minha parte (ainda procurei o meu amigo Pigeon mas helas já teria partido para casa e para junto das suas válvulas e rádios antigos. Bom, pelo menos o ar ficou mais respirável!)
Chegou finalmente a hora e a ansiedade misturou-se com os cheiros característicos do bloco. Um dos senhores de batas verdes começa por dizer o que vai acontecer e eu fixei as suas primeiras palavras: “Vou-lhe dizer como isto se vai passar... para já vai-se passar muito bem!” Essas palavras construíram-me o sorriso que se abriu ainda mais ao ouvir o cantarolar da anestesista. Essa canção vai-me ficar na cabeça, comento eu. Ela ri e confessa que é sempre a mesma. O tom azulado da tenda asséptica que cobre a minha cabeça acalma-me. No entanto, as 3 tentativas para encontrar as vias abertas que permitam a inserção do cateter foram longe de agradáveis. Ao fim de 30 minutos tudo estava terminado e podia contar agora com mais um dispositivo interno completamente dissimulado sob a pele.
Está aberto agora mais um canal na luta contra os caranguejos. Os serviços secretos devem ter tido uma palavra a dizer na abertura deste canal pois, daqui a pouco, nada mesmo se vai notar, já que o pequeno orifício foi mesmo colado para que não haja marcas visíveis do exterior.

Não estamos sozinhos

Hoje recebi do amor da minha vida a mensagem mais bonita que alguma vez alguém me enviou. A acompanhar a mensagem vinha este link de uma canção que gostava de partilhar convosco.

http://www.youtube.com/user/ifstudents


JOSH GROBAN

"You Are Loved (Don't Give Up)"

Don't give up
It's just the weight of the world
When your heart's heavy
I...I will lift it for you

Don't give up
Because you want to be heard
If silence keeps you
I...I will break it for you

Everybody wants to be understood
Well I can hear you
Everybody wants to be loved
Don't give up
Because you are loved

Don't give up
It's just the hurt that you hide
When you're lost inside
I...I will be there to find you

Don't give up
Because you want to burn bright
If darkness blinds you
I...I will shine to guide you

Everybody wants to be understood
Well I can hear you
Everybody wants to be loved
Don't give up
Because you are loved

You are loved
Don't give up
It's just the weight of the world
Don't give up
Every one needs to be heard
You are loved

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Comidas e amiguinhos

Com aqueles bichinhos vorazes aqui por dentro, há que atentar ao que se ingere, fazer esforço todos os dias para que os apetites não esmoreçam, procurar alimentos que me sirvam de nutrimento e que ao mesmo tempo esganem os caranguejos despudorados.
Não me vejo como esquisito de boca mas alguns alimentos não atravessam a garganta desde pequeno. Lembro-me de, apenas uma vez, ter ido à caça. Devia rondar os meus 7, 8 anos de idade e o drama passou-se numa quinta perto da Guarda onde o meu padrinho possuía uma quinta. Um belo dia o pai do meu padrinho convidou-me para o acompanhar à caça. Não me lembro das sensações iniciais, provavelmente de excitação e expectativa. Lembro-me apenas de um incidente depois de um tiro certeiro. Os cães explorando o terreno e nós “zanzando” de um lado para o outro em busca do almejado troféu. E surpresa das surpresas sou eu próprio que dou com um amontoado de penas em aflita agonia. Essa imagem ficou-me até agora marcada na memória. Se desenhar fosse uma possibilidade para mim, seria capaz de o descrever como se hoje tivesse acontecido. Nessa noite o jantar foi passarinhos! Não fui capaz de comer. Felizmente ninguém me obrigou. Até agora não sou capaz de comer aves abaixo do tamanho de um frango.
Num outro dia, num outro espaço, trata-se agora da casa da minha avó paterna, recordo a minha exaltação quando a primeira vez tive a oportunidade de brincar com os coelhinhos com alguns dias de vida. Aquele pelo macio, o arfar ritmado dos seus narizes húmidos e um sem número de outras sensações agradáveis... Não é necessário avançar muito na história para se perceber onde vai parar... Ao prato naturalmente! Lembro-me de meter à boca um pedaço e de sentir pela primeira vez a minha vida a sensação de vómito. Estava claro! Não era capaz! Mas alguém, alguma vez, é capaz de comer os seus amiguinhos?!


terça-feira, 13 de maio de 2008

Isto anda um bocado parado

Não sei o que me leva hoje a falar-vos de minas. É qualquer coisa que se passa cá nos meus interiores e que não anda nem deixa andar.
Há vários tipos de minas, umas são mais grossas outras mais delgadas mas no final trata-se sempre de um trabalho “sujo”.
São frequentes os bloqueios nos túneis, mas são de há muito conhecidas as melhores estratégias para abrir alas. Por tradição, uma das formas mais comuns é o recurso a explosões. As técnicas pirotécnicas que temos utilizado são daquelas dignas de fazer corar o Sr. Pingeon.
As razões porque me encontro neste estado são agora conhecidas. Infelizmente os produtos usados para amenizar os efeitos indesejáveis das picadelas de caranguejos são vendidos em embalagens muito parecidas com as bisnagas de cola e na confusão tenho ingerido doses massivas de UHU. Ontem, no entanto descobri o antídoto: Um Big Mac bem suprido de todos os molhos disponíveis.


domingo, 4 de maio de 2008

Dois dias de visita

A entrada - A chegada ao castelo foi algo atribulada. Acabada a subida, e no momento em que o fôlego ainda faltava, logo se instalava a dúvida se afinal sempre haveria lugar para mais um combatente. Pelo que parecia ninguém sabia da nossa chegada e só o aparecimento do general dissipou qualquer dúvida. Ia mesmo ficar! E logo a seguir, surpresa das surpresas, fiquei a saber que a guerra química se ia iniciar. Mas afinal que guerra é essa que se anuncia antes de cada ataque? Assim nem 15 minutos ainda tinham passado e estava já no centro de operações com a química bem dirigida aos caranguejos.

Monsieur Pigeon – A caserna em que me abriguei não estava preparada para mais um ... Foi essa a dificuldade já reportada anteriormente, mas o esforço directo do general fez com que desencantassem um pequeno buraco. No quarto, um companheiro, o Mr. Pigeon., um septuagenário na reforma amante de rádios antigos, ex fotógrafo da ministério da justiça em França. Já se vê mesmo onde a conversa foi parar nos primeiros minutos! O Mr Pigeons, da família dos ”Pombos” em Portugal, conhece, como as suas próprias mãos, os rádios antigos e todas as suas componentes. A razão porque aqui está prende-se com um infeliz incidente: De tanto admirar boquiaberto uma daquelas válvulas antigas, engoliu-a ficando agora alojada no esófago. Isso até não seria muito grave se por esse facto não tivesse que receber toda a sua alimentação através de tubos, o que lhe provoca abundantes gases.

A caserna – Desenganem-se os que pensam que as casernas foram feitas para descansar. A toda a hora são audíveis os alarmes de todos os dispositivos disponíveis. Para agravar o vozeirão do sargento que amiúde decide falar, com quem quer que seja, como se estivesse no meio do deserto e não houvesse rede nos telemóveis. Os sons que profusamente abandonavam os interiores do meu companheiro, ainda eram o que menos me preocupava.

O “Rancho” – O rancho é o rancho não há palavras que o consigam definir ... pelo menos no dicionário de pessoas bens comportadas.

As pessoas – Esta foi, sem dúvida, uma das melhores surpresas. Quando entramos num castelo o que esperamos é aspereza de modos, sacudidelas de casaco e esgares fugidios. Aqui, com raríssimas excepções, foi tudo ao contrário. Parecia rodeado de anjos, anjos sorridentes, sempre com uma palavra amável! Desde a limpadora das muralhas, até ao eficaz general, passando pelos seus assistentes, todos fizeram para que a passagem pelo castelo fosse o mais agradável possível. “Vive la France!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

De visita ao castelo

Hoje vou de visita ao Castelo por uns dias. É um castelo especialmente preparado para a luta contra os caranguejos mas a visita é ainda preparatória. Serve para controlar os efeitos das mordidelas dos caranguejos e para a semana para colocar o canal para a guerra química que se aproxima.
No castelo não são permitidos telemóveis, nem portáteis com wifi, pelo que não se admirem se não responder às vossas missivas. Logo que saia do castelo, cá estarei em frente do portátil, para contar as últimas aventuras.


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dieta milagrosa

Descobri uma dieta de emagrecimento milagrosa. Aqui vai a receita:
Procurar um caranguejo não muito grande nem muito pequeno. Colocá-lo inteiro dentro da boca e, muito importante, engoli-lo sem mastigar. Os resultados são explosivos, passados uns tempos o caranguejo começa a produzir o seu efeito e é só apreciar a perda de 10 quilos em 4 meses. Qual dieta do limão, da sopa, do Atkins, de South Beach ... a dieta do caranguejo é sem dúvida muito mais eficaz.
Uma nota final: Não confiem nas dietas milagrosas!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Pontes e pontes

Há pontes e pontes. Não há só pontes entre margens. Em geral as pontes abrem caminhos. As mensagens de email, de sms, de msn que tenho recebido das mais variadas margens têm aberto caminhos que já existiam, que existiam mas que não eram trilhados e até caminhos nunca antes abertos e que agora se traçam. Estas pontes têm enchido o meu coração de alegria e de esperança. No entanto, nem todas as pontes abrem caminhos. A ponte do 1º de Maio entre 5ª e 2ª feira não devia ser considerada uma ponte, mas sim um semáforo vermelho, pois o que esta ponte provoca não é uma passagem mas uma espera. Resta pelo menos a esperança de que mais tarde ou mais cedo o sinal passe a verde.
Aproveitando esta espera o Sérgio levou-me a conhecer um sítio mágico muito perto de Paris, a “Fôret de Malmaison”. Os sons coloridos das aves e suas crias, as cores gritantes da vegetação circundante, a luz que activa as sensações ... Deixo-vos o registo de uma breve impressão.


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Diálogo fotográfico

Há uns tempos atrás eu e a Cláudia Teixeira começámos um diálogo fotográfico. Trata-se de um processo de interacção em que em vez de palavras usamos fotografias. Por razões fortuitas esse diálogo foi interrompido. Agora chegou o tempo de retomar este diálogo.
A Cláudia foi minha colega no curso de fotografia do IADE que frequentámos por 3 anos. Ela é, para mim, a colega mais talentosa do curso e além de observar as suas fotos tive também o privilégio de a fotografar em vários momentos. É ela, por exemplo, que ocupa as paredes do espaço de gabinetes de Ciências da Motricidade, onde está o meu gabinete.
Neste diálogo não são definidas regras. Deixamos que o estímulo da foto do outro nos estimule a produzir a resposta (uma foto por semana) e assim sucessivamente. ( Talvez que a única regra não explícita é a de que está fora de causa fotografar caranguejos!)

Foto: Azuuul de Cláudia Teixeira

A Cláudia apresentou-me uma foto que me estimula sensações de calma. A imensidão de azuis, o céu infinito e o mar profundo. O mar, numa interpretação Freudiana, inspira o retorno à origem, o prazer do meio líquido no processo de gestação. A divisão em partes iguais dos dois elementos, o céu e o mar, contra as regras instituídas (a célebre regra dos dois terços) mostra a sua irreverência e a busca de novas linguagens.
A resposta foi produzida em Paris, naturalmente. Para já deixo apenas o nome e a imagem: chamei-lhe Gris Paris.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quando a moral está “dans les chaussettes” ...


Apesar da estratégia estar praticamente afinada, faltam os “briefings” finais. É preciso reunir a equipa com a participação dos vários especialistas e preparar o meu corpo para receber a química terapêutica. Serão talvez 10 a 15 dias de espera ansiosa ... mas já faltou mais ...
Quando soube da espera, não vou esconder, minha moral desceu “dans les chaussettes” como dizem os franceses, que é como que dizer que a moral está dentro das peúgas, o que não é certamente o melhor sítio para estar, especialmente depois das caminhadas a que me forço, para promover a digestão dos pitéus especiais da Carolina e do Sérgio.
Mas as mensagens que recebo (directa ou indirectamente) das mais variadas pessoas, as conversas no MSN, os mimos da gatinha à distância de um click e o seu sorriso delicioso depois de uma tarefa bem cumprida, fizeram disparar a moral de dentro das peúgas. A visita ao Museu do Ar obrigou-me a olhar para cima e aproveitei a oportunidade para meter a moral dentro do Ariane 5 e projectá-la para a estratosfera.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Guerra química


Está decidido. Afinal os caranguejos são mesmo daqueles com várias pinças em lugar das patas e com várias patas em lugar de brânquias. Contra bichos de tal envergadura só resta uma solução: A guerra química!

Nos próximos dias vou armar-me com a melhor das armaduras e preparar-me para a guerra, esperando apanhar o pérfido animalejo na muda da carapaça.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Chernobil

Passou-me agora mesmo pela cabeça que em 1986 em Julho, dois meses
depois do acidente em Chernobil, passei meia dúzia de dias acampado na
Suécia e na Dinamarca. Na altura todos os governos se apressaram a
assegurar que não havia qualquer problema, mas agora passados 20 e tal
anos, são vários os números que contrariam esse facto. Será que o que
está a acontecer tem a ver com o facto de ter comido umas patas de
caranguejo enquanto acampava em Estocolmo?


----------------------------------------------------------------
This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.

Preparar a defesa em "La Defense"


Enquanto espero pelo veredicto do especialista em caranguejos (é 3ª feira e a 4ª nunca mais chega) vou aproveitando para olhar à volta. Esta é uma visão de “La Defense” depois de uma volta e uma subida até ao topo do Novo Arco, onde eu e o infatigável Sérgio vimos uma exposição sobre a história dos computadores. Fica ao vosso critério para perceber como foi feito...claro que está fora de causa um ataque de caranguejos gigantes ...mas nunca se sabe!

domingo, 20 de abril de 2008

A mãe gata e o Sérgio

Quando o avião tocou as suas rodas na pista de Charles de Gaule já a mãe gata e o Sérgio esperavam por mim e pelos abomináveis caranguejos. A viagem foi surpreendentemente boa mas quando cheguei não era possível esconder as marcas de 3 meses sem dormir como deve ser e o stress das mordidelas dos caranguejos. No dia seguinte foi-me fornecida a primeira arma contra estes bichos traiçoeiros. Quaisquer que sejam os efeitos pelo menos deu para dormir e os mimos da mãe gata e do Sérgio fizeram-me deixar de ter medo de comer. Agora é que os caranguejos vão ver com quem se meteram!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Obrigado amigos - Batalhão anti-carangueijo

Após que se precipitaram sobre mim estes traiçoeiros monstros de pinças aguçadas foi rápida e espontânea a criação do Batalhão anti caranguejo.
Informações de fonte segura foram chegando ao centro de operações e foi espantosa a dedicação e empenho deste Batalhão. Noticias foram chegando que reportam olhos banhados de lágrimas acompanhadas de verborreia incrédula anti caranguejo; Sorrisos calados pelo choque e surpresa; silêncios gritantes de raiva...
Mas foi apenas um primeiro impacto! Logo a seguir senti a força, a solidariedade e uma carrada daqueles martelos de madeira especialmente concebidos para “esmifrar” o marisco até ao tutano. Um batalhão inteiro de martelos trituradores que me fez embargar a garganta. Obrigado amigos!

Não é um Centro Comercial



Não é um Centro Comercial ...é mesmo um Hospital. É lá que vou na próxima 4ª Feira para definir a estratégia de ataque aos caranguejos.
Quando entrei lá pela primeira vez foi uma surpresa, uma agradável surpresa pelo estilo arquitectónico, pela cor pela luz. É um sítio agradável com bons ares ... não com aquele aspecto bafiento e stressante dos Hospitais em Portugal.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A caçadora de caranguejos - a generala

A Cláudia começou a caça antes mesmo de serem visíveis os caranguejos. Utilizou as sondas mais aperfeiçoadas e buscou inspiração nas mais avisadas intuições. Como qualquer generala que se preze, previu antes de acontecer e tudo fez para preparar a guerra aos inimigos caranguejos antes da declaração oficial de guerra.A estratégia de caça foi centrada em mimos, festas e sorrisos e no terno colinho, festas no "cucuruto" e muito amor.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Abaixo o Caranguejo

Passava pouco de metade do dia 12 de Abril quando fiquei a saber que tinha sido invadido por uma corja de caranguejos indesejáveis. Foi uma invasão sub-reptícia e não está claro qual a porta devassada.Este blog é um manifesto contra os caranguejos. Contra aqueles que insidiosamente se manifestam em silêncio.Que fique claro que não tenho absolutamente nada contra aqueles bichinhos mal encarados mas comestíveis ou contra aqueles que por acaso do destino ou por programação familiar calharam nascer por volta dos meses de Junho e Julho.É também um manifesto à amizade e ao amor que nos rodeia e que por vezes não nos apercebemos. É um tributo a todos os que me mostraram a sua boa cara e uma indubitável má cara aos caranguejos.