domingo, 4 de maio de 2008

Dois dias de visita

A entrada - A chegada ao castelo foi algo atribulada. Acabada a subida, e no momento em que o fôlego ainda faltava, logo se instalava a dúvida se afinal sempre haveria lugar para mais um combatente. Pelo que parecia ninguém sabia da nossa chegada e só o aparecimento do general dissipou qualquer dúvida. Ia mesmo ficar! E logo a seguir, surpresa das surpresas, fiquei a saber que a guerra química se ia iniciar. Mas afinal que guerra é essa que se anuncia antes de cada ataque? Assim nem 15 minutos ainda tinham passado e estava já no centro de operações com a química bem dirigida aos caranguejos.

Monsieur Pigeon – A caserna em que me abriguei não estava preparada para mais um ... Foi essa a dificuldade já reportada anteriormente, mas o esforço directo do general fez com que desencantassem um pequeno buraco. No quarto, um companheiro, o Mr. Pigeon., um septuagenário na reforma amante de rádios antigos, ex fotógrafo da ministério da justiça em França. Já se vê mesmo onde a conversa foi parar nos primeiros minutos! O Mr Pigeons, da família dos ”Pombos” em Portugal, conhece, como as suas próprias mãos, os rádios antigos e todas as suas componentes. A razão porque aqui está prende-se com um infeliz incidente: De tanto admirar boquiaberto uma daquelas válvulas antigas, engoliu-a ficando agora alojada no esófago. Isso até não seria muito grave se por esse facto não tivesse que receber toda a sua alimentação através de tubos, o que lhe provoca abundantes gases.

A caserna – Desenganem-se os que pensam que as casernas foram feitas para descansar. A toda a hora são audíveis os alarmes de todos os dispositivos disponíveis. Para agravar o vozeirão do sargento que amiúde decide falar, com quem quer que seja, como se estivesse no meio do deserto e não houvesse rede nos telemóveis. Os sons que profusamente abandonavam os interiores do meu companheiro, ainda eram o que menos me preocupava.

O “Rancho” – O rancho é o rancho não há palavras que o consigam definir ... pelo menos no dicionário de pessoas bens comportadas.

As pessoas – Esta foi, sem dúvida, uma das melhores surpresas. Quando entramos num castelo o que esperamos é aspereza de modos, sacudidelas de casaco e esgares fugidios. Aqui, com raríssimas excepções, foi tudo ao contrário. Parecia rodeado de anjos, anjos sorridentes, sempre com uma palavra amável! Desde a limpadora das muralhas, até ao eficaz general, passando pelos seus assistentes, todos fizeram para que a passagem pelo castelo fosse o mais agradável possível. “Vive la France!

7 comentários:

Anónimo disse...

Na verdade os catelos sem habitantes de primeira qualidade nunca o seriam verdadeiramente. Estou mesmo em crer que terá sido assim que se foi construindo a história desses locais apenas belos pelas conquistas que conseguem operar. se não fosse para conquistar na verdade não serviam para absolutamente nada.

Guida disse...

Ainda bem que no castelo os cavaleiros andam sinalizados, senão com as suas "pesadas" armaduras poderiam chocar entre si.
Fico contente por saber que nesse lugar que, independentemente da cor, posição, nacionalidade, etc., o lema é tratar bem o próximo, ou seja, o combatente Mário e os outros companheiros.

Fico a aguardar notícias desse castelo. Ao Mr Pigeons também desejo restabelecimento do seu tubo digestivo.

Por ti, continuo a pedir a intervenção do Senhor dos Exércitos, Reis dos reis, o nosso refúgio em momentos de ângustia e a nossa fortaleza no dia da aflição, ao todo Poderoso - a DEUS.
XI-coeur (não soa muito bem!!!).
Guida
P.S. Para confiar Nele é preciso conhecê-Lo. Quem é que confia em desconhecidos?

Rita disse...

Quero juntar-me ao teu exército na luta contra os caranguejos! Tenho a certeza que a vitória será nossa!
Um beijinho e muita força.

Anónimo disse...

Continua a lutar e aos carangueijos irás ganhar...
Continua a dar noticias e força...
Beijinhos

Anónimo disse...

O i a mais é de proposito mas já me caíram em cima... Força... Professor Mário...
Beijinhos...

Anónimo disse...

Por falar em castelo, o nosso está cada vez mais vazio. Não sei se é das arrumações que vou fazendo, não sei se é por não ouvir o barulho do vizinho, e da seu posto de comando ou torre de controlo informática, o que eu sei é que encontro sempre tudo na mesma. Bolas, sempre podias ser um pouco mais desarrumado e deixar os tacos de golfe ou os pedais dos teus divertimentos automobilisticos no meio do caminho para eu poder tropeçar, mas não, está tudo sempre na mesma. Se calhar até o fazes, mas as senhoras da limpeza conhecem-te tão bem que deixam tudo milimetricamente no sítio. Por falar nisso passei os quadros e outros pertences para o outro lado por causa das humidades.
Ás vezes, sobretudo depois do almoço, na altura de pagar, dou por mim a pensar em ti e no Rui, porque será?
Volta depressa porque a conta dos almoços está a avolumar-se.
Grande abraço.

Anónimo disse...

Caro Mário,
Estive a falar com o Luiz Pacheco. Sim, sim, falo com eles, não precisam estar vivos.
Disse-me que tinha uma quadra para ti.
Vais desculpá-lo, penso que a estabilidade dele está deteriorar-se exponencialmente.
Admito não ter apanhado tudo como deve ser, a métrica está uma porcaria (reconheça-se que também nunca se preocupou muito com isso). A comunicação não era grande coisa, diz que não sabe sintonizar FM. Penso que ele não está é para isso, egoísta como é.
Mas lembrou-se de ti, é o que importa.
Bem, aqui vai o recado.

Abaixo o Caranguejo!

Da p… desta vida
Hei-de levar o que se me aprouver
Que até uma real p… é melhor parida
E não é se Deus quiser.

Um cauteleiro andrajoso
Pode ter uma fortuna na mão
De que lhe serve, o tinhoso
Se nunca sentirá santa bênção?!

Pegar o touro pelos cornos
Não é o mesmo que levar uma cornada
Mas quem nunca teve em engulhos
Não perceberá porra de diferença

Abençoados os ignorantes
Que não pelo Bispo de Braga
Merda para os bajuladores pedantes
Que não vêem um palmo à frente da mona

Depois ainda disse umas baboseiras, que não transcrevo por respeito à sensibilidade humana. Mesmo assim, deixa-me que te diga, consegui convencê-lo a que me deixasse escrever Deus com maiúscula.