Foram mais quase 15 dias de sopas e descanso! Das sopas falaremos mais à frente, do descanso também.
Quando isto começou a aquecer, até temperaturas que ultrapassaram os 39.5° foi tempo de partir com uma certa urgência. Os primeiros dias foram complicados e senti-me como tendo sido atacado por uma máquina de costura em pleno funcionamento com picadelas sucessivas a um ritmo alucinante.
Finalmente descobriu-se o bicho, daqueles que todos nós temos cá dentro, mas que em alguns casos decide proliferar anormalmente. Uma vez descoberto o agente foi-lhe atribuído o bombardeamento antibiótico correspondente e a temperatura acalmou.
Mas mais do que resolver pontualmente um problema, os generais estavam preocupados com a sua origem. Daí a razão de todas aquelas picadelas de que vos falei acima e de todo um conjunto de análises e exames que perscrutaram as minhas entranhas.
Após esta panóplia de despistagens foi colocada como hipótese mais provável alguma afectação da prótese biliar. No dia seguinte fui transferido. Foi uma das viagens mais atribuladas da minha vida. Era já o fim do dia e o condutor já devia estar farto de atrasos. Quando a luz verde aparecia e o caminho estava livre arrancava desarvoradamente por cima de toda a pedra. Mesmo constantes solicitações de calma por parte do acompanhante não surtiram qualquer efeito. O ar meio alucinado, o cabelo “rasta” e o olhar parado são indícios fortes de que ..digamos ...estava com o pé pesado e com a cabeça leve!
Enfim ... o tubo foi alargado, foi limpo e até uma parte acrescentada para facilitar a saída da bílis. Felizmente correu tudo bem!
Prometi-vos que falava um pouco de comida e aqui vai. A França é mundialmente conhecida como o país dos requintes gastronómicos. O que vos posso garantir é que nenhum desses requintes veio parar aos castelos onde passei a última quinzena. Curiosamente a maior parte dos pratos tem um gostinho internacional: carne à bolonhesa, pepinos com molho húngaro, paelha à espanhola (a pior paelha que já alguma vez fui obrigado a comer). Em suma um rol de iguarias que, em tempos de globalização, até não parecerá má ideia. Creio, no entanto, perceber alguma mensagem subliminar de degradação da cozinha internacional em favor da francesa! Não era preciso tanto!
Uma última nota sobre o descanso. Já várias vezes tive oportunidade de escrevinhar sobre este assunto ao longo deste blog, mas não posso deixar de vos contar uma pequena história.
Desta vez tive a sorte de ficar num quarto sozinho, podendo beneficiar de um certo silêncio e de uma grande vidraça onde o sol tocava todas as manhãs. 3 a 4 vezes por dia, de um quarto relativamente perto ouvia-se o urrar estranho, ininteligível de um dos nossos vizinhos. Era um som que cortava o silêncio de forma a deixar os cabelos em pé. De início conjecturámos, eu e uma vizinha portuguesa do quarto do lado, que seria alguém a reclamar do tratamento, um alcoólico em último grau a demandar o seu copo, ou algo do género.
Afinal tratava-se apenas de uma pessoa com deficiência que não gostava do vizinho de quarto.
Depois de 3 dias o seu vizinho foi para outro quarto e finalmente há silêncio. Agora está sozinho num quarto de 2. É que nunca se sabe quando ele se vai fartar de estar sozinho!
Quando isto começou a aquecer, até temperaturas que ultrapassaram os 39.5° foi tempo de partir com uma certa urgência. Os primeiros dias foram complicados e senti-me como tendo sido atacado por uma máquina de costura em pleno funcionamento com picadelas sucessivas a um ritmo alucinante.
Finalmente descobriu-se o bicho, daqueles que todos nós temos cá dentro, mas que em alguns casos decide proliferar anormalmente. Uma vez descoberto o agente foi-lhe atribuído o bombardeamento antibiótico correspondente e a temperatura acalmou.
Mas mais do que resolver pontualmente um problema, os generais estavam preocupados com a sua origem. Daí a razão de todas aquelas picadelas de que vos falei acima e de todo um conjunto de análises e exames que perscrutaram as minhas entranhas.
Após esta panóplia de despistagens foi colocada como hipótese mais provável alguma afectação da prótese biliar. No dia seguinte fui transferido. Foi uma das viagens mais atribuladas da minha vida. Era já o fim do dia e o condutor já devia estar farto de atrasos. Quando a luz verde aparecia e o caminho estava livre arrancava desarvoradamente por cima de toda a pedra. Mesmo constantes solicitações de calma por parte do acompanhante não surtiram qualquer efeito. O ar meio alucinado, o cabelo “rasta” e o olhar parado são indícios fortes de que ..digamos ...estava com o pé pesado e com a cabeça leve!
Enfim ... o tubo foi alargado, foi limpo e até uma parte acrescentada para facilitar a saída da bílis. Felizmente correu tudo bem!
Prometi-vos que falava um pouco de comida e aqui vai. A França é mundialmente conhecida como o país dos requintes gastronómicos. O que vos posso garantir é que nenhum desses requintes veio parar aos castelos onde passei a última quinzena. Curiosamente a maior parte dos pratos tem um gostinho internacional: carne à bolonhesa, pepinos com molho húngaro, paelha à espanhola (a pior paelha que já alguma vez fui obrigado a comer). Em suma um rol de iguarias que, em tempos de globalização, até não parecerá má ideia. Creio, no entanto, perceber alguma mensagem subliminar de degradação da cozinha internacional em favor da francesa! Não era preciso tanto!
Uma última nota sobre o descanso. Já várias vezes tive oportunidade de escrevinhar sobre este assunto ao longo deste blog, mas não posso deixar de vos contar uma pequena história.
Desta vez tive a sorte de ficar num quarto sozinho, podendo beneficiar de um certo silêncio e de uma grande vidraça onde o sol tocava todas as manhãs. 3 a 4 vezes por dia, de um quarto relativamente perto ouvia-se o urrar estranho, ininteligível de um dos nossos vizinhos. Era um som que cortava o silêncio de forma a deixar os cabelos em pé. De início conjecturámos, eu e uma vizinha portuguesa do quarto do lado, que seria alguém a reclamar do tratamento, um alcoólico em último grau a demandar o seu copo, ou algo do género.
Afinal tratava-se apenas de uma pessoa com deficiência que não gostava do vizinho de quarto.
Depois de 3 dias o seu vizinho foi para outro quarto e finalmente há silêncio. Agora está sozinho num quarto de 2. É que nunca se sabe quando ele se vai fartar de estar sozinho!