quarta-feira, 30 de abril de 2008

Pontes e pontes

Há pontes e pontes. Não há só pontes entre margens. Em geral as pontes abrem caminhos. As mensagens de email, de sms, de msn que tenho recebido das mais variadas margens têm aberto caminhos que já existiam, que existiam mas que não eram trilhados e até caminhos nunca antes abertos e que agora se traçam. Estas pontes têm enchido o meu coração de alegria e de esperança. No entanto, nem todas as pontes abrem caminhos. A ponte do 1º de Maio entre 5ª e 2ª feira não devia ser considerada uma ponte, mas sim um semáforo vermelho, pois o que esta ponte provoca não é uma passagem mas uma espera. Resta pelo menos a esperança de que mais tarde ou mais cedo o sinal passe a verde.
Aproveitando esta espera o Sérgio levou-me a conhecer um sítio mágico muito perto de Paris, a “Fôret de Malmaison”. Os sons coloridos das aves e suas crias, as cores gritantes da vegetação circundante, a luz que activa as sensações ... Deixo-vos o registo de uma breve impressão.


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Diálogo fotográfico

Há uns tempos atrás eu e a Cláudia Teixeira começámos um diálogo fotográfico. Trata-se de um processo de interacção em que em vez de palavras usamos fotografias. Por razões fortuitas esse diálogo foi interrompido. Agora chegou o tempo de retomar este diálogo.
A Cláudia foi minha colega no curso de fotografia do IADE que frequentámos por 3 anos. Ela é, para mim, a colega mais talentosa do curso e além de observar as suas fotos tive também o privilégio de a fotografar em vários momentos. É ela, por exemplo, que ocupa as paredes do espaço de gabinetes de Ciências da Motricidade, onde está o meu gabinete.
Neste diálogo não são definidas regras. Deixamos que o estímulo da foto do outro nos estimule a produzir a resposta (uma foto por semana) e assim sucessivamente. ( Talvez que a única regra não explícita é a de que está fora de causa fotografar caranguejos!)

Foto: Azuuul de Cláudia Teixeira

A Cláudia apresentou-me uma foto que me estimula sensações de calma. A imensidão de azuis, o céu infinito e o mar profundo. O mar, numa interpretação Freudiana, inspira o retorno à origem, o prazer do meio líquido no processo de gestação. A divisão em partes iguais dos dois elementos, o céu e o mar, contra as regras instituídas (a célebre regra dos dois terços) mostra a sua irreverência e a busca de novas linguagens.
A resposta foi produzida em Paris, naturalmente. Para já deixo apenas o nome e a imagem: chamei-lhe Gris Paris.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quando a moral está “dans les chaussettes” ...


Apesar da estratégia estar praticamente afinada, faltam os “briefings” finais. É preciso reunir a equipa com a participação dos vários especialistas e preparar o meu corpo para receber a química terapêutica. Serão talvez 10 a 15 dias de espera ansiosa ... mas já faltou mais ...
Quando soube da espera, não vou esconder, minha moral desceu “dans les chaussettes” como dizem os franceses, que é como que dizer que a moral está dentro das peúgas, o que não é certamente o melhor sítio para estar, especialmente depois das caminhadas a que me forço, para promover a digestão dos pitéus especiais da Carolina e do Sérgio.
Mas as mensagens que recebo (directa ou indirectamente) das mais variadas pessoas, as conversas no MSN, os mimos da gatinha à distância de um click e o seu sorriso delicioso depois de uma tarefa bem cumprida, fizeram disparar a moral de dentro das peúgas. A visita ao Museu do Ar obrigou-me a olhar para cima e aproveitei a oportunidade para meter a moral dentro do Ariane 5 e projectá-la para a estratosfera.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Guerra química


Está decidido. Afinal os caranguejos são mesmo daqueles com várias pinças em lugar das patas e com várias patas em lugar de brânquias. Contra bichos de tal envergadura só resta uma solução: A guerra química!

Nos próximos dias vou armar-me com a melhor das armaduras e preparar-me para a guerra, esperando apanhar o pérfido animalejo na muda da carapaça.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Chernobil

Passou-me agora mesmo pela cabeça que em 1986 em Julho, dois meses
depois do acidente em Chernobil, passei meia dúzia de dias acampado na
Suécia e na Dinamarca. Na altura todos os governos se apressaram a
assegurar que não havia qualquer problema, mas agora passados 20 e tal
anos, são vários os números que contrariam esse facto. Será que o que
está a acontecer tem a ver com o facto de ter comido umas patas de
caranguejo enquanto acampava em Estocolmo?


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This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.

Preparar a defesa em "La Defense"


Enquanto espero pelo veredicto do especialista em caranguejos (é 3ª feira e a 4ª nunca mais chega) vou aproveitando para olhar à volta. Esta é uma visão de “La Defense” depois de uma volta e uma subida até ao topo do Novo Arco, onde eu e o infatigável Sérgio vimos uma exposição sobre a história dos computadores. Fica ao vosso critério para perceber como foi feito...claro que está fora de causa um ataque de caranguejos gigantes ...mas nunca se sabe!

domingo, 20 de abril de 2008

A mãe gata e o Sérgio

Quando o avião tocou as suas rodas na pista de Charles de Gaule já a mãe gata e o Sérgio esperavam por mim e pelos abomináveis caranguejos. A viagem foi surpreendentemente boa mas quando cheguei não era possível esconder as marcas de 3 meses sem dormir como deve ser e o stress das mordidelas dos caranguejos. No dia seguinte foi-me fornecida a primeira arma contra estes bichos traiçoeiros. Quaisquer que sejam os efeitos pelo menos deu para dormir e os mimos da mãe gata e do Sérgio fizeram-me deixar de ter medo de comer. Agora é que os caranguejos vão ver com quem se meteram!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Obrigado amigos - Batalhão anti-carangueijo

Após que se precipitaram sobre mim estes traiçoeiros monstros de pinças aguçadas foi rápida e espontânea a criação do Batalhão anti caranguejo.
Informações de fonte segura foram chegando ao centro de operações e foi espantosa a dedicação e empenho deste Batalhão. Noticias foram chegando que reportam olhos banhados de lágrimas acompanhadas de verborreia incrédula anti caranguejo; Sorrisos calados pelo choque e surpresa; silêncios gritantes de raiva...
Mas foi apenas um primeiro impacto! Logo a seguir senti a força, a solidariedade e uma carrada daqueles martelos de madeira especialmente concebidos para “esmifrar” o marisco até ao tutano. Um batalhão inteiro de martelos trituradores que me fez embargar a garganta. Obrigado amigos!

Não é um Centro Comercial



Não é um Centro Comercial ...é mesmo um Hospital. É lá que vou na próxima 4ª Feira para definir a estratégia de ataque aos caranguejos.
Quando entrei lá pela primeira vez foi uma surpresa, uma agradável surpresa pelo estilo arquitectónico, pela cor pela luz. É um sítio agradável com bons ares ... não com aquele aspecto bafiento e stressante dos Hospitais em Portugal.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A caçadora de caranguejos - a generala

A Cláudia começou a caça antes mesmo de serem visíveis os caranguejos. Utilizou as sondas mais aperfeiçoadas e buscou inspiração nas mais avisadas intuições. Como qualquer generala que se preze, previu antes de acontecer e tudo fez para preparar a guerra aos inimigos caranguejos antes da declaração oficial de guerra.A estratégia de caça foi centrada em mimos, festas e sorrisos e no terno colinho, festas no "cucuruto" e muito amor.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Abaixo o Caranguejo

Passava pouco de metade do dia 12 de Abril quando fiquei a saber que tinha sido invadido por uma corja de caranguejos indesejáveis. Foi uma invasão sub-reptícia e não está claro qual a porta devassada.Este blog é um manifesto contra os caranguejos. Contra aqueles que insidiosamente se manifestam em silêncio.Que fique claro que não tenho absolutamente nada contra aqueles bichinhos mal encarados mas comestíveis ou contra aqueles que por acaso do destino ou por programação familiar calharam nascer por volta dos meses de Junho e Julho.É também um manifesto à amizade e ao amor que nos rodeia e que por vezes não nos apercebemos. É um tributo a todos os que me mostraram a sua boa cara e uma indubitável má cara aos caranguejos.